sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Laelius


Na noite precedente à grande - e derradeira - batalha de Trystan, escrevera Laelius em seu gabinete:

" Há pouco celebramos, nós, guerreiros do exército de Farus, a alegria de haver sangue inimigo escorrendo em nossas espadas. É possível ainda ouvir a euforia dos jovens soldados que jamais esquecerão os momentos de glória em meio a uma batalha tão grandiosa. Mesmo sabendo que essas palavras chegarão quando a guerra há muito estiver cessada, escrevo-te com alegria. Os dias agora passam mais rapidamente, como se o tempo também desejasse o nosso reencontro. Anseio repousar em teus braços os meus, que começam a sentir o peso da espada. Desejo, em breve, ter contigo uma vida sossegada, onde possamos plantar os morangos e vê-los crescer; ou possamos renunciar as formalidades da vida imperial e decidir partir com o vento, que será bondoso ao nosso amor e soprará na boa direção. Sinto, também, a falta de nosso pequeno Basir. Se não me falham os cálculos, estará com quase três primaveras completas. Deve parecer-se comigo nos cabelos, mas os olhos serão para sempre os teus. Decididos e penetrantes. Abrace-o e diga palavras doces até que eu volte, mantendo acesa a nossa lembrança. Com amor além da vida,
Laelius."



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